Pesquisa personalizada

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Prefira a latinha...


No supermercado surge a dúvida: serei um cidadão mais sustentável se levar a bebida na embalagem de alumínio, de vidro ou de pet? O senso comum apostaria na latinha, já que ela é quase totalmente reciclada no Brasil. Alguém poderia contra-argumentar que ela gasta energia demais: a indústria do alumínio consome 6% da eletricidade do Brasil. Já a ciência diz que, se a intenção é só avaliar a forma mais ecológica de beber refrigerante ou cerveja, siga o senso comum.

Esse é o conselho da engenheira química Renata Valt, autora do livro Ciclo de Vida de Embalagens para Bebidas no Brasil. Segundo ela, a lata leva vantagem hoje no Brasil justamente pelo alto índice de reciclagem (96% em 2005) frente ao vidro (45%) e ao pet (47%). Renata comparou a produção de 1000 litros de refrigerante para cada embalagem, somou a porcentagem de reciclagem e de matéria-prima e concluiu: o alumínio é o que menos consome energia, água e recursos naturais, tem a menor emissão de poluentes e gera menos resíduos sólidos.

 
É de espantar que o vidro, cuja garrafa é reutilizada de 20 a 30 vezes em média, não seja o mais ecológico. Mas é exatamente por causa das idas e vindas no transporte, e sua queima de combustível, que ele perde pontos. "O vidro só é melhor se considerarmos que seus recursos são mais renováveis que o petróleo do pet e a bauxita do alumínio. Se a indústria usasse combustíveis mais limpos, a avaliação melhoraria", diz Renata.

Ainda que vivêssemos em um mundo ideal, com 100% de reciclagem, o alumínio teria suas vantagens, pois gastaria menos recursos naturais e emitiria menos poluentes. O pet seria mais econômico na energia, na água e na produção de lixo. Por outro lado, sem reciclagem, a latinha seria o terror do consumo energético, dos recursos naturais e da emissão de gases.


Nenhum comentário:

Postar um comentário