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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Plantas aquáticas utilizadas como adsorventes naturais




Um dos nossos leitores trouxe um comentário sobre o uso de um produto natural e relativamente barato para remediação de sítios contaminados por metais pesados, óleos e outros compostos orgânicos. No mesmo dia vimos em uma aula um breve comentário sobre esta tecnologia, então resolvemos pesquisar mais e fazer um post sobre o assunto.

A grande sacada é o aproveitamento da biomassa seca de plantas aquáticas para o controle da poluição da água. Pode-se dizer que o trabalho é benéfico por duas razões. Primeiro, porque dá uma destinação à biomassa gerada em muitos corpos d´água eutrofizados. Segundo, porque o material obtido pode ser eficientemente empregado no controle da poluição da água por metais pesados, óleos, corantes e tensoativos. Temos um exemplo de corpo hídrico eutrofizado muito próximo da vida universitária porto alegrense. Trata-se da barragem Mãe D'Água no campus do vale da UFRGS, totalmente preenchida com aguapés (Eichhornia crassipes Mart. Solms). Veja imagem abaixo:



O excesso de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo provenientes do esgoto doméstico propicia o rápido crescimento de macrófitas aquáticas, os famosos aguapés. O emprego das plantas aquáticas como material adsorvente inicia no seu processo preparação. Como são consideradas pragas, as coletas podem ser realizadas nos próprios recursos hídricos onde as plantas se reproduzem. Após, é suficiente um processo de secagem ao sol e moagem, que pode ser facilmente realizado em instalações rurais. No caso de transporte para outras localidades, é interessante que o material seja compactado e embalado, pois, como é bastante poroso e leve, o seu volume deve ser reduzido ao máximo.




O uso das plantas no combate a poluição pelo óleo é feita de maneira muito simples. Em pequenos derrames terrestres, a biomassa é simplesmente jogada sobre a mancha de óleo. Após a sorção, a biomassa com óleo é recolhida por varrição. Em derramamentos maiores, a contenção através de almofadas é preferível, pois facilita o manuseio do material. Nos derrames de óleos em águas, o uso de barreiras tubulares tem se mostrado mais prático. Depois de ter absorvido o óleo, o material pode servir como combustível em geradores de calor e vapor, se a legislação ambiental local assim permitir. Nesse caso, apresenta-se como uma fonte de energia de 4.700 kcal/kg.

Já existe uma empresa gaúcha especializada na produção desse produto, o SUPERSORB – BR. É importante ressaltar que esta é uma tecnologia totalmente nacional e que oferece uma alternativa competitiva aos produtos do gênero, como a turfa canadense, que sempre foi importada de outros países.


Referências: Ivo André Homrich Schneider e Jorge Rubio (orientador), Plantas Aquáticas: Adsorventes Naturais para a Melhoria da Qualidade das Águas.

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